A decisão de criar uma personagem mais vulnerável ao medo visa recuperar a essência do terror que consagrou a franquia
Resident Evil Requiem está gerando grande expectativa entre os fãs da franquia de survival horror da Capcom, mas uma decisão da desenvolvedora surpreendeu muitos: Leon S. Kennedy, um dos personagens mais icônicos da série, não será o protagonista do novo título. Em vez disso, os jogadores controlarão Grace Ashcroft, uma nova personagem que trabalha na inteligência do FBI.
Durante a transmissão Capcom Spotlight realizada em 26 de junho, o diretor Koshi Nakanishi explicou detalhadamente os motivos por trás dessa escolha, revelando que a decisão está diretamente ligada ao novo conceito de “medo viciante” que norteará o jogo.
Por que Leon Kennedy não se encaixa em um jogo focado no terror
Leon Kennedy é, sem dúvida, um dos personagens mais queridos da franquia Resident Evil. Desde sua estreia em Resident Evil 2 (1998) como um novato da polícia de Raccoon City, o personagem evoluiu para um agente especial altamente treinado que enfrentou inúmeras ameaças biológicas ao longo dos anos.
No entanto, é justamente essa evolução que o torna inadequado para Resident Evil Requiem, segundo Nakanishi:
“Leon não é o tipo de pessoa que pularia ao ouvir um balde caindo. Ninguém quer ver Leon assustado por toda e qualquer coisa. Ele na verdade não é um bom candidato para o terror.”
Esta declaração revela um aspecto fundamental do desenvolvimento de jogos de terror: a vulnerabilidade do protagonista é essencial para criar tensão. Após enfrentar criaturas horrendas em Raccoon City, cultistas em Resident Evil 4 e bioterroristas em Resident Evil 6, Leon se tornou praticamente imune ao medo – o que dificulta a criação de momentos genuinamente assustadores.

Grace Ashcroft: Uma protagonista projetada para o medo
Em contraste com o veterano Leon, Grace Ashcroft foi concebida especificamente para amplificar a experiência de terror que a Capcom deseja proporcionar em Resident Evil Requiem. Masato Kumazawa, produtor do jogo, explicou no PlayStation Blog:
“Grace é uma personagem com baixa tolerância ao medo, mas ela cresce durante a história e eventualmente começa a confrontar vários horrores com sua coragem.”
O que sabemos sobre Grace até agora:
- Trabalha na inteligência do FBI.
- Possui treinamento profissional, mas não é uma agente de campo experiente.
- É descrita como “introvertida e facilmente assustada”.
- Sua vulnerabilidade emocional a aproxima mais da experiência do jogador comum.
Esta caracterização permite que os jogadores se identifiquem mais facilmente com a protagonista, intensificando a imersão e, consequentemente, o impacto dos elementos de terror do jogo.
O que significa “medo viciante” como conceito de jogo?

A Capcom está apostando no conceito de “medo viciante” para Resident Evil Requiem – uma abordagem que busca equilibrar o terror psicológico com elementos de gameplay que mantenham os jogadores engajados, mesmo quando assustados.
Este conceito representa um retorno às raízes da franquia, que se afastou parcialmente do terror puro em títulos como Resident Evil 5 e 6, que enfatizaram mais a ação. O sucesso dos remakes de RE2 e RE3, assim como de Resident Evil 7 e Village, mostrou que os fãs anseiam por experiências genuinamente assustadoras.
Como Resident Evil Requiem se compara a outros títulos da série:
| Título | Foco principal | Protagonista | Perspectiva |
| RE7: Biohazard | Terror em primeira pessoa | Ethan Winters (novato) | Primeira pessoa |
| RE Village | Terror com elementos de ação | Ethan Winters (mais experiente) | Primeira pessoa |
| RE2 Remake | Survival horror clássico | Leon Kennedy/Claire Redfield (novatos) | Terceira pessoa |
| RE4 Remake | Ação-horror | Leon Kennedy (experiente) | Terceira pessoa |
| RE Requiem | “Medo viciante” | Grace Ashcroft (novata assustada) | Alternância entre primeira e terceira pessoa |
Inovações de gameplay em Resident Evil Requiem
Além da nova protagonista, Resident Evil Requiem trará outras novidades para a franquia. Uma das mais significativas é a possibilidade de alternar entre as perspectivas de primeira e terceira pessoa durante o jogo – uma funcionalidade que permite aos jogadores escolherem a visão que preferem para cada situação.
Esta flexibilidade pode ser estratégica:
- Primeira pessoa: maior imersão e intensidade em momentos de terror.
- Terceira pessoa: melhor visibilidade do ambiente e da personagem em situações de combate
O jogo também promete aprimorar os elementos de survival horror, com recursos limitados e inimigos desafiadores, forçando os jogadores a tomarem decisões difíceis sobre quando lutar e quando fugir.
O que você precisa saber sobre Resident Evil Requiem
- Data de lançamento: 27 de fevereiro de 2026.
- Plataformas: PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
- Protagonista: Grace Ashcroft, agente do FBI com baixa tolerância ao medo.
- Perspectiva de jogo: Alternância entre primeira e terceira pessoa.
- Conceito central: “Medo viciante” com foco no terror psicológico.
- Desenvolvimento: Dirigido por Koshi Nakanishi e produzido por Masato Kumazawa.
Reação dos fãs à ausência de Leon Kennedy
A decisão de não incluir Leon como protagonista gerou reações mistas na comunidade. Enquanto alguns fãs expressaram desapontamento por não verem seu personagem favorito no papel principal, outros demonstraram entusiasmo pela introdução de uma nova personagem e pelo retorno ao foco no terror.
Nas redes sociais, a hashtag #ResidentEvilRequiem já acumulou mais de 500 mil menções desde o anúncio, com opiniões divididas sobre Grace Ashcroft. A Capcom parece estar ciente dessas reações, mas mantém sua visão de que uma nova protagonista é essencial para entregar a experiência de terror que desejam.
O futuro de Leon Kennedy na franquia
Apesar de não ser o protagonista de Resident Evil Requiem, é improvável que a Capcom abandone um personagem tão popular como Leon Kennedy. Especula-se que ele possa aparecer em futuros títulos da franquia ou até mesmo em DLCs para Requiem.
A estratégia da Capcom de alternar entre personagens novos e estabelecidos tem sido bem-sucedida nos últimos anos, permitindo que a série se mantenha fresca enquanto honra seu legado. Ethan Winters em RE7 e Village é um exemplo recente dessa abordagem.
Uma decisão arriscada, mas potencialmente recompensadora
A decisão da Capcom de priorizar a experiência de terror sobre a familiaridade de um personagem estabelecido demonstra seu compromisso em revitalizar a essência do survival horror que definiu Resident Evil. Ao criar uma protagonista mais vulnerável e relatable, a desenvolvedora aposta que os jogadores terão uma experiência mais intensa e imersiva.
Para os fãs de Leon Kennedy, resta aguardar futuros anúncios sobre seu papel no universo expandido de Resident Evil. Enquanto isso, Grace Ashcroft tem o desafio de conquistar o coração dos jogadores quando Resident Evil Requiem chegar às lojas em fevereiro de 2026.
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Entusiasta e analista de cultura pop. Aqui no ClipSaver, compartilho minha paixão por séries, filmes, quadrinhos e games, explorando como essas histórias moldam nosso imaginário coletivo. Acredito que a cultura pop vai além do entretenimento – ela reflete quem somos e conecta pessoas através de experiências compartilhadas. Junte-se a mim nessa jornada pelos universos que nos fascinam!





