A saga Resident Evil é um pilar do survival horror, conhecida por seus personagens icônicos, tramas complexas e momentos de puro terror. Mas, para além dos títulos numerados que definiram gerações, existe um universo paralelo de jogos que ousaram experimentar, inovar e, por vezes, até mesmo falhar espetacularmente. São os “patinhos feios” da franquia, os spin-offs e experimentos que, apesar de menos conhecidos, contam uma parte fascinante da história da Capcom e da evolução dos videogames.
Prepare-se para uma jornada pelos cantos mais obscuros da Umbrella Corporation, onde a criatividade e a ousadia se encontraram com hardware limitado e ideias ambiciosas. Você está pronto para descobrir os segredos que a maioria dos fãs de Resident Evil nunca desvendou?
A Aventura nos Arcades: Tiros e Sonhos Virais

Você imaginaria um Resident Evil em um fliperama? A Capcom, em parceria com a Namco, sim! Resident Evil Survivor 2 Code: Veronica (2001) levou a ação de tiro em primeira pessoa para os arcades e, posteriormente, para o PlayStation 2. Inspirado diretamente em Code: Veronica, o jogo colocava Claire Redfield e Steve Burnside em uma corrida contra o tempo, enfrentando hordas de zumbis e até mesmo o temível Nemesis.
A peculiaridade? A trama inteira é revelada como um pesadelo de Claire, uma forma criativa de justificar sua natureza não canônica. Com munição infinita e gameplay simplificada, o jogo foi projetado especificamente para a experiência arcade, onde cada ficha contava.
Inovação no Bolso: O Terror Tátil do DS

Quando o Nintendo DS foi lançado, a Capcom viu uma oportunidade única de reinventar o clássico. Resident Evil: Deadly Silence (2006) não foi apenas um port do Resident Evil original; foi uma reimaginação que explorou as capacidades do portátil de maneiras surpreendentes.
Além do “Classic Mode”, que replicava a experiência original, o “Rebirth Mode” introduziu quebra-cabeças que exigiam o uso da tela de toque e do microfone do DS. Imagine soprar no microfone para reanimar um colega ou usar a tela tátil para esfaquear zumbis em sequências de combate em primeira pessoa. O jogo também incorporou melhorias de qualidade de vida de títulos posteriores, como o giro rápido de 180 graus e o uso rápido da faca, tornando a experiência mais fluida e acessível.
O Pioneirismo Online: Sobrevivência em Equipe Antes da Hora

Muito antes dos jogos de sobrevivência multiplayer se tornarem uma febre, a Capcom já estava experimentando com o conceito. Resident Evil Outbreak (2003) e sua sequência, Outbreak File #2, foram os primeiros títulos da franquia a oferecer uma experiência cooperativa online para até quatro jogadores no PlayStation 2.
Ambientado durante o surto em Raccoon City, o jogo desafiava os jogadores a trabalharem juntos para escapar, gerenciando um “medidor de vírus” que aumentava com o tempo e os ataques, levando à infecção completa se não fosse controlado. Embora os servidores oficiais tenham sido desativados, uma comunidade dedicada de fãs mantém o jogo vivo através de servidores privados, permitindo que novos jogadores experimentem essa peça histórica da série.
Os Experimentos Multiplayer: Acertos e Erros da Capcom
A busca por novas formas de engajamento levou a Capcom a explorar o multiplayer competitivo com resultados variados:

- Resident Evil Umbrella Corps (2016): Lançado para PC e PlayStation 4, este shooter tático tentou levar a franquia para um novo território, mas foi amplamente criticado por se afastar demais das raízes de terror e por sua jogabilidade genérica. Apesar de permitir combates em cenários que remetiam a locais clássicos de Resident Evil (justificados como simulações de treinamento), o jogo não conseguiu conquistar a crítica nem os fãs.

- Resident Evil Resistance (2020): Empacotado com o remake de Resident Evil 3, este título assimétrico 4v1 colocava quatro sobreviventes contra um “Mastermind” que controlava armadilhas e inimigos. Embora sua premissa fosse interessante e lembrasse Outbreak, Resistance também enfrentou recepção mista, com muitos apontando problemas de balanceamento e falta de conteúdo a longo prazo.
O Game Boy Color e a História Não Canônica

Resident Evil Gaiden (2001) para o Game Boy Color é um exemplo de como a franquia se adaptou a plataformas com limitações técnicas severas. Com uma perspectiva de cima para baixo para exploração e combates em primeira pessoa, o jogo trazia Leon S. Kennedy e Barry Burton em uma investigação a bordo de um navio.
Embora sua história não seja considerada canônica, Gaiden representa um esforço inicial da Capcom para expandir o universo de Resident Evil para além dos consoles principais, mostrando a versatilidade da série mesmo em hardware modesto.
Você sabia? O desenvolvimento de Resident Evil Gaiden para o Game Boy Color ocorreu após a Capcom cancelar um port direto do Resident Evil original para o mesmo console, que se mostrou ambicioso demais para o hardware da época!
Os Títulos Mobile: Terror no Bolso
A era dos celulares trouxe uma série de experimentos únicos:

- Resident Evil: Confidential Report (2004): Um jogo de estratégia por turnos dividido em quatro arquivos, cada um apresentando cenários distintos durante o surto em Raccoon City.
- Resident Evil 4 Mobile (2008): Uma versão simplificada do clássico, lançada para Nokia N-Gage e posteriormente para iOS, que serviu de base para outras adaptações.
- Resident Evil: Degeneration (2008): Baseado no filme de animação homônimo, oferecia gameplay em 3D similar ao RE4 Mobile.
Os Shooters On-Rails: Nintendo e a Revolução do Movimento

Resident Evil: The Umbrella Chronicles (2007) e The Darkside Chronicles (2009) para Nintendo Wii representaram uma abordagem completamente diferente. Utilizando os controles de movimento do console, estes shooters on-rails permitiam aos jogadores reviver momentos clássicos da série de uma perspectiva totalmente nova.
The Darkside Chronicles foi particularmente notável por expandir a “Operação Javier”, mencionada em Resident Evil 4, mostrando Leon S. Kennedy e Jack Krauser em ação antes dos eventos do jogo principal.
A história de Resident Evil é rica e multifacetada, e os jogos menos conhecidos são testemunhos da constante busca da Capcom por inovação e experimentação. Eles podem não ter o mesmo brilho dos títulos principais, mas cada um, à sua maneira, contribuiu para moldar a franquia que conhecemos e amamos. Explorar esses cantos esquecidos é uma forma de apreciar a profundidade e a ousadia de uma das maiores sagas dos videogames.
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Entusiasta e analista de cultura pop. Aqui no ClipSaver, compartilho minha paixão por séries, filmes, quadrinhos e games, explorando como essas histórias moldam nosso imaginário coletivo. Acredito que a cultura pop vai além do entretenimento – ela reflete quem somos e conecta pessoas através de experiências compartilhadas. Junte-se a mim nessa jornada pelos universos que nos fascinam!